Sunday, August 19, 2018

Barbatimão: benefícios e propriedades medicinais











O barbatimão (Stryphnodendron adstringens) é uma planta medicinal também conhecida como alaramotemo, barba-detimam, barbatimão-verdadeiro, charãozinho-roxo, ibatimô, ilatimó, ulatimó, casca-do-Brasil, casca-da-virgindade, casca-da-mocidade, dentre outros nomes populares. Possui os sinônimos botânicos Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville, Stryphnodendron polyphyllum, Mimosa barbadetimam Vell., Mimosa virginalis Arruda e Acacia adstringens Mart.

Benefícios do barbatimão


O barbatimão é uma árvore que se destaca pelo elevado teor de taninos de sua casca, seu principal constituinte ativo, que confere a maioria de suas propriedades terapêuticas. O poder de cicatrização e diminuição de hemorragias do barbatimão deve-se à eliminação de água de dentro das células, provocando uma contração das fibras. Os taninos também formam uma camada protetora sobre a mucosa ou tecido lesado, através de complexação dos taninos com íons metálicos, proteínas ou polissacarídeos. Vários estudos já validaram sua ação no processo de cicatrização das feridas na pele.
Os taninos da casca do barbatimão possuem atividade adstringente e por isso ele é conhecido como bá-timó na língua indígena, que significa “planta que aperta”. Esta atividade confere propriedades cicatrizantes, bactericidas e fungicidas. Em estudos da Universidade do Estado de São Paulo, os taninos provenientes de extratos das cascas de barbatimão apresentaram comprovada atividade antioxidante e sequestradora de radicais livres, evitando danos oxidativos às células e retardando o envelhecimento.
O chá da casca é indicado para uso externo em hemorragia uterina, ferida ulcerosa e para pele excessivamente oleosa. Além dos taninos, possui como constituintes químicos alcaloides, flavonoides, terpenos, estilbenos, esteroides e inibidores de proteases (como a tripsina). Os efeitos antimicrobianos previnem infecções na pele e estudos recentes apontam até seu uso como adjuvante no tratamento da cárie dental.

Contraindicações e efeitos colaterais do barbatimão

O chá da casca e das folhas em forma de lavagem é abortivo. As vagens e folhas são tóxicas, podendo causar grandes irritações nas mucosas do aparelho digestivo. O pólen é tóxico para as abelhas, não sendo indicada a apicultura nestas áreas.

História e curiosidades

Em curtumes, as cascas do barbatimão eram amplamente utilizadas no curtimento de couro. Os taninos, presentes em até 30% em suas cascas, podem transformar a proteína animal em couro. Durante secas e falta de capim, o gado se alimenta de suas vagens e folhas, porém estas são tóxicas e podem causar grandes irritações nas mucosas do aparelho digestivo, ou até mesmo abortos. Em contrapartida, o gado também ajuda na dispersão da espécie, vez que defeca suas sementes, que por sua vez, podem germinar no pasto.
O barbatimão é nativo do cerrado brasileiro, sendo encontrada em maior quantidade em Minas Gerais, Goiás, Bahia, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A espécie Stryphnodendron adstringens faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil.



No comments:

Post a Comment