O barbatimão (Stryphnodendron adstringens) é uma planta medicinal
também conhecida como alaramotemo, barba-detimam, barbatimão-verdadeiro,
charãozinho-roxo, ibatimô, ilatimó, ulatimó, casca-do-Brasil, casca-da-virgindade,
casca-da-mocidade, dentre outros nomes populares. Possui os sinônimos botânicos Stryphnodendron adstringens
(Mart.) Coville, Stryphnodendron polyphyllum, Mimosa barbadetimam Vell., Mimosa
virginalis Arruda e Acacia adstringens Mart.
Benefícios do barbatimão
O barbatimão é uma árvore
que se destaca pelo elevado teor de taninos de sua casca, seu principal
constituinte ativo, que confere a maioria de suas propriedades terapêuticas. O
poder de cicatrização e diminuição de hemorragias do barbatimão deve-se à
eliminação de água de dentro das células, provocando uma contração das fibras.
Os taninos também formam uma camada protetora sobre a mucosa ou tecido lesado,
através de complexação dos taninos com íons metálicos, proteínas ou polissacarídeos.
Vários estudos já validaram sua ação no processo de cicatrização das feridas na
pele.
Os taninos da casca do barbatimão possuem atividade adstringente e
por isso ele é conhecido como bá-timó na língua indígena, que significa “planta que aperta”. Esta
atividade confere propriedades cicatrizantes, bactericidas e fungicidas. Em
estudos da Universidade do Estado de São Paulo, os taninos provenientes de
extratos das cascas de barbatimão apresentaram comprovada atividade
antioxidante e sequestradora de radicais livres, evitando danos oxidativos às
células e retardando o envelhecimento.
O chá da casca é indicado
para uso externo em hemorragia uterina, ferida ulcerosa e para pele
excessivamente oleosa. Além dos taninos, possui como constituintes químicos
alcaloides, flavonoides, terpenos, estilbenos, esteroides e inibidores de
proteases (como a tripsina). Os efeitos antimicrobianos previnem infecções na
pele e estudos recentes apontam até seu uso como adjuvante no tratamento da
cárie dental.
Contraindicações e efeitos colaterais do
barbatimão
O chá da casca e das
folhas em forma de lavagem é abortivo. As vagens e folhas são tóxicas, podendo
causar grandes irritações nas mucosas do aparelho digestivo. O pólen é tóxico
para as abelhas, não sendo indicada a apicultura nestas áreas.
História e curiosidades
Em curtumes, as cascas do
barbatimão eram amplamente utilizadas no curtimento de couro. Os taninos,
presentes em até 30% em suas cascas, podem transformar a proteína animal em
couro. Durante secas e falta de capim, o gado se alimenta de suas vagens e
folhas, porém estas são tóxicas e podem causar grandes irritações nas mucosas
do aparelho digestivo, ou até mesmo abortos. Em contrapartida, o gado também
ajuda na dispersão da espécie, vez que defeca suas sementes, que por sua vez,
podem germinar no pasto.
O barbatimão é nativo do cerrado brasileiro, sendo encontrada em
maior quantidade em Minas Gerais, Goiás, Bahia, São Paulo, Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul. A espécie Stryphnodendron
adstringens faz parte da Relação
Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), constituída de
espécies vegetais com potencial de avançar nas etapas da cadeia produtiva e de
gerar produtos de interesse do Ministério da Saúde do Brasil.
Extraido de https://www.medicinanatural.com.br/barbatimao/
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